O conceito mais comum sobre medo, é a de que é um sentimento que deve ser combatido. Existem pessoas que, por não conseguirem combater o medo, levam a vida afastadas de tudo aquilo que possa se traduzir em risco. Existem outras que descobriram uma maneira saudável de conviver com ele, transformando-o em uma forma de prazer. São os praticantes dos chamados esportes radicais.

Para estas pessoas, sair de um avião em voo, decolar com uma asa de uma rampa ou escalar uma montanha, significa sentir prazer em superar limites. Enquanto crianças, somos o que poderíamos chamar de inconsequentes, pois ainda não determinamos estes limites.

Desde que começamos a entender a vida, instintivamente tendemos a limitar as nossas atitudes e, consequentemente, passamos a temer tudo aquilo que ultrapasse esses limites. Crescemos acreditando que as barreiras impostas não devem ser quebradas, com risco de nossa integridade, e desenvolvemos a partir daí os nossos medos.

É comum encontrarmos pessoas que olham os paraquedistas como loucos, outras os classificam como ousados ou corajosos, mas dificilmente como pessoas comuns que encontraram uma maneira prazeirosa de conviver com seus medos.

No nosso dia-a-dia, deparamo-nos com situações onde precisamos tomar decisões das quais podem depender nosso emprego um relacionamento, ou mesmo nossas vidas.

Nestes momentos, aquele que conseguiu ultrapassar sua barreira e convive bem com seus medos, terá maior facilidade de encará-lo. Quando saltamos de um avião em voo, decolamos de uma rampa ou escalamos uma montanha, não estamos desafiando o perigo, estamos sim empurrando mais para a frente a nossa barreira, tornando desta forma a nossa vida mais simples e mais prazerosa, tendo como principal emoção nossos próprios medos.

Texto extraído da página 37, da revista AirTime.

Autor do texto: Edson Martins

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