No deserto em que fomos treinar nota-se que o amadorismo cobra seu preço. Nos desafia a melhorar, ensina a aplicar a técnica com perfeição. O vento é forte, amigo e cruel ao mesmo tempo. Nos eleva metros do chão com força e rapidamente, da mesma maneira que pode nos lançar ao solo em um minuto de  desconcentração!

Nos permitiu escalar uma montanha como se fosse uma rua a ser atravessada. Permitiu que explorássemos o controle das nossas asas realizando manobras.

Seu relevo e sua condição em uma brincadeira leve de sentir-se criança novamente. Alegres e de espírito leve, não importando o tamanho da caminhada para decolar, ou que tivéssemos que amarrar infinitas vezes as mochilas dos parapentes no bagageiro de teto de uma van.

Sentir-se criança como sempre merecemos ser. Ver a beleza do desconhecido, girar térmicas suaves e outras nem tanto, explorar o valor da técnica, subir junto com os “rotes” e tentar, para única e exclusiva superação pessoal atingir o pouso nas 3 belas praias que se mostravam!

O deserto, seu vento e sua magia mostram que o caminho do voo não se faz de forma solitária, nos mostra em um por do sol gigantesco o quão pequeno somos, e ao nos lançarmos numa duna, o quanto frágil e belo é esse esporte.

Exige concentração para que aquilo que nos foi passado esteja de fácil acesso na mente na hora em que precisarmos.

O deserto me mostrou, pessoalmente, que na verdade, eu nunca deveria ter estado em outro lugar em minha vida que não voando, me mostrou que sou corajoso e ao mesmo tempo, me trouxe a delícia de ser criança outra vez!

Me deu mais que amigos no ar, me deu um estilo de vida dentro do voo!

E que venham os próximos 10 mil metros de ascensão, e o pouso no Marumbi! ????

Considerações: Devido a intensidade de todos os momentos vividos durante a Expedição Vento Norte foi necessário dividir as publicações e fotos, sendo uma para cada aventureiro participante com abordagem especifica nos voos e uma sobre o que vimos durante nossa estadia em Iquique.

Confira: Deserto do Atacama